1. |
1492
01:57
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As barbaridades e as iníquas crueldades perpetradas pelas assim chamadas raças cristãs, em todas as regiões do mundo e em todos os povos que conseguiram subjugar, não encontram paralelo em nenhuma era da história universal e em nenhuma raça, por mais selvagem e inculta, por mais desapiedada e inescrupulosa que fosse.
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2. |
Ondas Negras
04:16
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O profundo abismo que viste
E que verás
O medo que sentes, o frio que lhe consomes
Não faz justiça, mal traz à memória
Vidas esquecidas, o filho natimorto
Chacinada a esperança da liberdade
Condição abrupta, reação imediata
Medo – a tua essência
Caos! – nos guiará!
Perante a existência do teu pavor
Transcendendo entre o tudo e o nada
Raízes sob a terra, consciência sob a luta
Trevas! E luz! Para reinar
Todo o universo em um, a fúria e a paz
Inexorável natureza do livre espírito
Se lembra, se sente, se rebela e reivindica
Tudo do caos vem, e retornará
Tudo morre – e cria vida
Ondas negras de um mar de memórias
Arrebatam-se às ruínas
Imperam sob o caos e a sua vontade
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3. |
Antipatria
06:53
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Irás viver sob a mais intensa prisão do ser, de corpo e mente?
Ou quebrará todas as correntes da escravidão da nação?
Quebre os heróis sobre os templos espoliados da Mãe Terra
O que rege a conquista
O que impede a resistência
O que está por trás da glória
Medo!
O que brada a justiça
O que dita a penitência
O que une a escória
Medo!
E quem ditará o testemunho desta era?
Quem se lembrará do corpo escuro sob a terra?
Monumental!
Erguido corpo a corpo, selado em sangue – glorificado
Banhado a ouro!
Manchado pelo incerto, largado ao pó –crucificado
Qual o valor da natureza entalhada em um gigante
Que nega a si mesma
[refrão]
A glória do passado é construída no presente
O medo do futuro é o que dita a memória
Nação de Deus, nascida do pecado
Pátria!
Povo de Cristo, forjado do espólio
Pátria!
Passado apagado, futuro inconstante
Pátria
Verás que o teu renegado jamais fugirá à luta
Antipátria!
[refrão]
... do Incompreendido!
Meus heróis não receberam a santa Graça do divino
Pois morreram lutando contra os agraciados
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4. |
A Ferro e Fogo
05:06
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O quão tolo és tu?
Rebanho de Salomão
Por negar tua natureza
Ao temor de tua queda
Tu negas a existência
Da tua consciência
Verme maldito!
Corrói a terra e teu ventre
E quem és tu? Pergunto a ti
Que me ordena ajoelhar
Tu és humano sob as estrelas
Eis a verdade que tu semeias
A ferro e fogo tu vieste
Do infinito azul profundo
Bradando sobre um Deus
A quem pareço ser impuro
Sob estandartes de justiça
Traz consigo o fim dos tempos
Invasor, malfeitor
Que vomita tua glória
Ao ferro e fogo resistimos
Pela Lua, pelo Sol
Que as estrelas testemunhem
Com mil olhos e mais um
Ao teu rei de outras terras
Ao teu deus de outros céus
Como posso ajoelhar?
Se o solo agora queima
Dos filhos e filhas norte
À terra de Maha Kali
Dos errantes do oriente
Aos senhores dos antigos mares
Disseminaste tua doença
Visões, morais e crenças
Arquitetando a ilusão
Enjaulando do espírito
Sobre a distante perfeita terra
Iluminado novo mundo
Jeová! Qadosh!
Tu és a praga do sol nascente
Resistiremos!
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5. |
A Cruz e a Águia
05:58
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Se erguerá aqui, como as cinzas da Amazônia desafiaram a luz do Sol
Um furor jamais domado que guiará os exilados à luta!
Chegará a hora da lamúria de teu reinado –o gozo de nosso tempo
Como um dia Roma caíra, assim todo império cairá
Pelo caminho das lágrimas que segue
O fogo nos guiará
A era da agonia, das vidas indignas
Aqui apodrecerá
Agrilhoada sentinela da liberdade
Eis a herança encravada em nossa alma
Pela a cruz e pela a águia
Filhos desta terra que jamais se curvaram, filhas concebidas na luta
Junto a vós nos reunimos, pois de vós nos afloramos
Mil vidas como uma
Lado a lado marcharemos do Atlântico aos Andes
Nos desertos, vales e selvas
Eis a sina e o regozijo do bestial ímpeto da vida
[refrão]
A história não se esquecerá
Sequer perdoará
Os que aqui fincaram a cruz
O quanto nossos bosques hão de queimar sob a cruz e a águia?
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6. |
Não Servirá!
04:44
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Por cinco séculos caminhei nas sombras
Sob esvairada lembrança do que jaz em outrora
Como a branda luz da Lua
Sou o nada, sou o tudo
Ao santo espírito eu não me curvo
À lei da cruz eu não me quebro
Sou o filho do universo
Sou o Sol, a terra e o mar
Decomponho-me da noite para o dia
Sou mil vidas sob a luz daa Lua que brilha
Emergirei do fundo de minh’alma
Dividirei o reino santo
Oh, grandioso, profundo abismo
Todo-poderoso, venha vós comigo
És o tudo e o nada
Que vencerá! Não servirá!
Mãe, sob os meus pés eu sinto a ti
Vejo o infinito em parte de meu ser
Sou o caos, fruto da ordem
Sobre os céus, abaixo da terra
Decomponho-me do dia para a noite
Sou mil Luas sobre o breu da vida que apaga
Eu emergi do caos existência
Eu findei a santidade da vida
Oh, grandioso, profundo abismo
Todo-poderoso, venha vós comigo
És o tudo e o nada
Que vencerá! Não servirá!
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7. |
Estrelas e Constelações
02:47
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Entre estrelas e constelações
Somos luz e escuridão
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8. |
Tupamara
07:29
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A história da América Latina é uma história escrita com sangue
Sob a devota fé da cruz
Sob a ferrenha lei da espada
Ergueram-se aqueles das profundas raízes
De um mundo que unia consciência
E universo em apenas um
Pois toda noite alcança o dia
Levantaram os punhos da liberdade!
Com o rebentar de mil grilhões!
Se não há paz, que haja guerra...
... à injustiça!
... à servidão!
E não se esquecerá daqueles que aqui viviam
Quarenta mil foram o suficiente
Para marchar aos portões de Cuzco
E desafiar a praga ibérica
Lembra-vos aqui do sangue antigo
Que derramai por sobre o solo
As veias que se abrem da América Latina
Olhai agora, filho de Deus
Contemple a fome e a miséria
Em uma terra que não a tua, em um povo que não o teu
A injustiça
A servidão
Que não se cessará pr’aqueles que aqui caíram
Amaru! Espelho dos tempos!
Estendem-se ainda hoje as sombras de teus lamentos
Tão árdua luta quanto os Andes
Frio encontrou na traição
E em seu sonhos de liberdade
Se eternizara a rebelião...
...Tupamara
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9. |
Ecos do Atlântico
05:31
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Todos os gritos sobre esta terra
Sufocados
Toda a justiça deste mundo
Desilusão
Hereditário desespero
Perpetuado
Filhos da terra saqueada
Desalmados, sem luz
Rogo à grandeza ancestral
Não esquecida
Contemplo harmonia no caos
Jamais vista
Em meio ao silêncio ensurdecedor
Inquietante
Ouço nos ecos do Atlântico
A memória libertará!
Libertará!
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